O “Setembro Amarelo” foi lembrado nesta terça, dia 12, com uma palestra no refeitório da FUMAS para os servidores da Fundação. Divididos em duas turmas – o próximo encontro será no dia 19 – cerca de 60 funcionários que atuam na sede da Fundação e no Serviço Funerário Municipal (SFM) participaram do encontro que também serviu para abordar ansiedades e angústias que afligem o dia-a-dia, seja no âmbito pessoal ou profissional, e que podem levar muitas pessoas a um quadro de depressão, elemento-chave que motiva alguém a cometer o suicídio.
“Estes encontros tem o objetivo de levar ferramentas para que as pessoas saiam daqui com seus recursos interiores renovados para lidar com as dificuldades da vida”, ressaltou Bernardete Carneiro, coordenadora do Centro de Valorização à Vida (CVV), entidade presente em Jundiaí há 40 anos e atuante no Brasil há 55 anos. “Como cada pessoa tem valores e histórias de vida diferentes, ela reage de forma diferente diante dos desafios cotidianos. O que pode funcionar para mim, pode não servir para a minha amiga e assim por diante”, destacou.
Para Eduardo Toledo, do Recursos Humanos da FUMAS, o encontro serve para pontuar algumas emoções que, muitas vezes, não são levadas em conta, mas que ficam no subconsciente das pessoas. “Muitas vezes, não prestamos atenção nos sinais que as pessoas estão nos dando o tempo todo. Trazer este tema para uma discussão entre os colegas de trabalho é uma forma de fazer com que mais pessoas estejam atentas a estes sinais, que podem ocorrer no ambiente de trabalho, ou em nossa própria família”.
Suicídio não é covardia
A médica psiquiatra Maria Cristina D´Stefano trabalha como voluntária do CVV desde que o filho, Felipe D´Stefano Blaster Martins, cometeu o suicídio, há alguns anos. Felipe era servidor público da Prefeitura de Jundiaí e, na época, tinha apenas 34 anos. Seus quadros estão expostos no pátio da Prefeitura de Jundiaí desde a última segunda-feira, marcando a Semana de Valorização da Vida.
“Um ano e meio depois da morte dele, procurei o CVV e o CVV me encontrou”, disse ela, que compartilhou com todos um pouco do seu drama familiar. “Me senti impotente, pois não percebia nenhum pedido de socorro do meu filho e só descobri os sinais depois dessa fatalidade. Estamos inundados pela mídia por informações que dizem que a violência virou uma banalidade, mas não podemos nos acostumar a isso. O suicídio é uma epidemia e temos de ficar atentos aos sinais”.
A morte presente no ofício
Também integrada à FUMAS está o Serviço Funerário Municipal, cujos funcionários acabam, por força do ofício, tendo contato diário com pessoas que se encontram em momentos de muita dor e tristeza. Parte da equipe estava presente ao encontro desta terça, lembrando, inclusive, quando todo o grupo vivenciou, há exatos 3 anos, o suicídio de um amigo, agente funerário, que atuava no Cemitério Nossa Senhora do Montenegro e se matou aos 28 anos de idade. “Ninguém havia notado qualquer tipo de sinal ou mudança em seu comportamento, pois ele era uma pessoa muito alegre”, comentou uma amiga.
“A dor do outro é única, por isso é tão importante perguntar o que a outra pessoa está sentindo e ouvir, de verdade, o que ela está dizendo”, destacou a coach Mônica Quirino, também voluntária do CVV, que aplicou uma dinâmica de grupo entre os participantes para que vivenciassem o sentimento de ser um ouvinte. Além das palestrantes, também participaram do encontro as voluntárias Maria de Fátima Ferreira e Mariângela Mazzola, que é vice-coordenadora do posto do CVV em Jundiaí.
Curso para novos voluntários
A unidade jundiaiense do CVV está promovendo, nos dias 7 e 8 de outubro, um curso para novos voluntários que desejam participar do grupo. Quem tiver interesse, deve reservar sua vaga pelo (11) 4521-4141, ou comparecer pessoalmente à unidade, que fica no mesmo endereço da FUMAS (Av. União dos Ferroviários, nº 2222, no Complexo Fepasa).
Assessoria de Imprensa – FUMAS
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