Marinete Silva: quem é a super-mãe por trás de Thomaz Moraes, atleta paralímpico que irá representar Jundiaí em Tóquio

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A carreira brilhante no atletismo de Thomaz Moraes, corredor da classe T47, não teria acontecido se não fosse por Marinete Silva. 

Marinete Silva e Thomaz Moraes / Foto: Arquivo Pessoal

Natural de Jundiaí e auxiliar funerária há 8 anos no órgão público da Fundação Municipal de Ação Social (FUMAS), Marinete Silva é a responsável pela dedicação e o amor ao encorajar seu filho, Thomaz Moraes, de 19 anos a pensar além de seus próprios limites e se tornar um grande atleta. 

Atleta do Programa de Esporte e Atividades Motoras Adaptada (PEAMA), Thomaz, que possui uma má formação congênita no braço direito, já garantiu a medalha de prata na prova de 400m no Mundial Paralímpico de Atletismo, em Dubai e agora sabe sobre sua valência representando o Brasil entre os dias 25 de agosto e 6 de setembro, em Tóquio, uma das maiores cidades do mundo, que pretende não só estimular esse tipo de competição, mas também promover mudanças em todo o mundo e deixar um legado positivo para as futuras gerações.

A força dos Jogos Paraolímpicos ultrapassa os atletas e até supera os Jogos Olímpicos. É uma família, um esporte. Ele entra em contato com pessoas que nunca se consideraram um atleta de elite, e quando questionada sobre dificuldades como a “mãe de um atleta”, Marinete lembra que o único obstáculo foi o medo. “Foi assustador no começo, tanto pela má formação que meu filho possui, quanto pelo o que viria a seguir. Tivemos medo em relação á como as pessoas veriam o Thomaz. Mas, ao mesmo tempo, tivemos que cuidar do nosso próprio discurso. Saber como falar com ele, como explicar a situação, mas lembrando sempre de que as falas são compreendidas como verdades quase absolutas em um primeiro momento”.

Thomaz sempre esteve muito ligado ao esporte, desde natação e modalidades de neve e verão, até o futebol, onde Marinete o matriculou em uma escolinha para formação do esporte; e com apoio e talento, Thomaz começou jogando no Juventus Futebol Clube. O sucesso no esporte tinha que começar em algum lugar, mas Marinete, de forma divertida, garantiu que essa característica, Thomaz não herdou dela. “Eu não tive muito contato com esportes. Faço só uma caminhadinha (risos), mas meu esposo jogava futebol na adolescência, e também já fez natação e Muay Thai.”

Como mãe, o instinto de proteção maternal é explícita em Marinete, mas ela entende que o dia de Thomaz alçar voos por conta própria e viver sua vida profissional chegou, e após ser contestada sobre como está se sentindo com a viagem do filho para Tóquio, ela não poupou palavras sentimentais.

“Meu coração está a mil! É um misto de sentimentos, sabe? O Thomaz conseguiu o índice para a viagem antes da Pandemia e isso é o sonho de todo atleta: as olimpíadas, a medalha. E por saber disso, saber que ele está realizando um sonho, a emoção está tomando conta de mim. E saber que tudo o que eu e meu marido fizemos, levando o Thomaz em treinos, na escola, no PEAMA e conciliando com a correria do dia a dia, o mais gratificante é olhar, no final, após muitos ajustes de rotina e ideias, o resultado do trabalho.”

Marinete ainda finalizou agradecendo os ensinamentos de força e coragem que teve da própria mãe e reforçou o assunto sobre maternidade. “Depois do nascimento do Thomaz, aprendi completamente a enfrentar meus medos e dificuldades. Como mãe, eu me sinto feliz e realizada com as vidas que ajudei a trazer ao mundo. E completo dizendo que ser ‘ a mãe de um atleta ‘ é se sentir linda, maravilhosa e de bem com a vida todos os dias.” 


Assessoria de Imprensa – FUMAS