Funcionários da FUMAS e do Serviço Funerário Municipal participaram hoje pela manhã de um treinamento realizado no Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), sobre como lidar com escorpiões. Dentre as informações passadas pela bióloga Gabriela Ballarin Leandro Codarin, da UVZ, os funcionários receberam orientações preventivas e noções sobre o comportamento e a forma de reprodução deste animal, que tem sido localizado com frequência nas dependências do Cemitério Nossa Senhora do Desterro e ruas adjacentes.
“O escorpião é um animal que se adapta muito bem ao meio urbano e, por aqui, a espécie que mais encontramos é o escorpião amarelo, que tem a reprodução por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de um macho”, explica a bióloga, lembrando que os meses mais quentes do ano são os mais favoráveis à reprodução da espécie. “Em média, a cada 2 ou 3 meses, uma fêmea pode ter entre 16 e 20 filhotes, sem precisar de um macho para acasalar”, alerta.
Presente também em outros locais da cidade, o escorpião, segundo Gabriela, chega a um novo ambiente trazido, muitas vezes, dentro de recipientes como caixas ou até mesmo, mudanças residenciais. “Temos o caso do escorpião do tipo Tityus stigmurus que tem presença consolidada no Nordeste do país, mas que já foi identificado também na cidade de São Paulo. Aqui em Jundiaí, até o momento, não foi identificado nenhum tipo dessa espécie, mas não é impossível de surgir por aqui também e, assim como ocorreu em outros locais, se adaptar ao nosso meio.”
O treinamento também abordou formas de combate ao escorpião, como a aplicação de veneno, a captura manual e a constante fiscalização quanto a materiais (como os de construção) que possam servir de abrigo para o animal, medidas estas que tem sido intensificadas pelo SFM nos últimos meses dentro dos cemitérios municipais. “Especificamente no Desterro, nas últimas três semanas fizemos cerca de 10 inspeções noturnas para capturar escorpiões, além de mais uma desinsetização realizada no início desta semana”, acrescenta Silvio Ermani, diretor do SFM. “Também estamos contratando uma empresa específica para controle antiescorpiônico e esperamos que possa contribuir na eficácia do combate a esses animais sinantrópicos”.
Com as orientações dadas aos funcionários durante o treinamento, Gabriela espera também contar com mais agentes multiplicadores das informações, assim como também tem sido feito em outros segmentos, como escolas e condomínios. “Além de espaços como o cemitério, os escorpiões também estão presentes dentro das casas. Precisamos ficar atentos quanto a entulhos e materiais acumulados que possam servir de esconderijo. Se a pessoa encontrar em casa um escorpião e tiver dificuldades sobre como proceder, é importante que ela registre uma solicitação através do 156 para que uma equipe da UVZ visite sua casa e possa tentar identificar o provável foco. Já tivemos casos em que o foco estava no batente de uma porta e outra no assoalho de madeira de uma casa antiga”, destacou.
Além de evitar o acúmulo de materiais em quintais, no interior da residência outros cuidados podem ser adotados, como o uso de tampas ou sistema abre-fecha nos ralos, mantendo-os fechados no período fora de uso. A colocação de anteparos na parte inferior das portas, telas nas janelas e canos de escoamento das águas de chuva, além do fechamento de vãos e frestas para evitar a entrada indesejada. Em caso de acidente, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente. A Vigilância Epidemiológica também indica que, em caso de picada por escorpião, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente para o Pronto Socorro do Hospital São Vicente ou Hospital Universitário. O tempo é fundamental para o melhor prognóstico. Vale lembrar que nem todos os casos necessitam da administração do soro. A determinação é feita pela equipe médica.
Assessoria de Imprensa – FUMAS
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