Sorteio define ordem de vizinhança para última fase no Novo Horizonte

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O salão que recebe os tradicionais bailinhos do Centro de Referência ao Idoso de Jundiaí (Criju) estava apinhado de gente na noite dessa terça-feira (28). Na última fileira, ajeitada em uma cadeira que se apoiava na parede, Patrícia Camargo espichava o pescoço em direção ao pequeno palco enquanto dividia a atenção com as duas filhas pequenas, Beatriz, de sete, e Alice, de quatro anos.

Sobre o tablado, um técnico da Fundação Municipal de Assistência Social (Fumas) explicava os últimos passos para a mudança daquelas pessoas à terceira, e última, fase do programa habitacional do Jardim Novo Horizonte – mais 384 unidades vão ser entregues no início do segundo semestre, em data a ser definida pela Caixa Econômica Federal. Na ocasião, sorteava-se a ordem da vizinhança, e Patrícia aguardava com inegável ansiedade.

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Casa cheia: expectativa é grande para os últimos detalhes

“Moro com minha mãe na Vila Ana e dividimos um aluguel de R$ 1 mil reais por mês. Você consegue imaginar o quanto esse apartamento é importante? Trabalho numa linha de produção de celulares e componentes eletrônicos há cinco meses, e ganho R$ 1,5 mil reais por mês. Vai ser um alívio”, disse a jovem de 25 anos. “Minha vida é uma batalha, mas o importante é que estou vencendo”, disse, ao explicar que, enquanto trabalha, as filhas estudam nas escolas municipais João Maria Gonzaga de Lacerda e Flávio D’angieri.

Na fila da Fumas desde 2011, quando fez a inscrição, Patrícia desabafa. “É a minha independência, um sonho realizado. Todo mundo tem um sonho, comigo não é diferente.”

Patrícia e as filhas: “todo mundo tem um sonho”

Patrícia e as filhas: “todo mundo tem um sonho”

Ao lado, também atenta à agitação, estava Cíntia Costa, de 37 anos. Professora desempregada, chegou a Jundiaí há sete anos vinda de São Paulo com o então marido. Atualmente no Residencial Jundiaí, desembolsa todo mês R$ 1.250 de aluguel. Divide a casa – e o amor – com a filha Beatriz, de 3 anos.“Conto os dias nos dedos para a mudança”, gesticula com as mãos. Ressalta a “tranquilidade que a gente tem em viver em Jundiaí” como o principal motivo por ter fincado acampamento em 2009.

“Pouca gente sabe, mas o terreno onde foram construídas essas unidades havia sido doado ao Estado. Recuperamos essa área e ainda conseguimos recursos do governo Estadual. E não é só entregar os apartamentos. Fizemos a Emeb Professora Marly de Marco Mendes Pereira e mais uma creche, que começa a funcionar no segundo semestre”, disse o prefeito Pedro Bigardi, que ainda lembrou das 50 escolas que foram ampliadas ou reformadas desde 2013. “Vocês merecem o melhor”, finalizou.

Para o superintendente da Fumas, Waldemar Foelkel, o Cabelo, “a medida atende um trabalho social desenvolvido em parceria com a comunidade. É a etapa final de um processo que teve início há um ano”. Para Cabelo, a habitação popular depende 100% do governo municipal, porque o mercado preocupa-se, apenas, com empreendimentos a pessoas com mais poder aquisitivo. “Nos últimos 30 anos não houve interesse em fazer moradias populares na cidade. Agora, são aproximadamente 1,6 mil unidades entregues até o fim do ano”, finalizou.

Thiago Secco
Fotos: Dorival Pinheiro Filho