Nem a chuva atrapalhou a empolgação das crianças da EMEB Rotary Club, que fizeram na manhã desta quarta-feira (24) uma visita ao Cemitério Nossa Senhora do Desterro para conhecer as sepulturas de personalidades que ajudaram a construir a história de Jundiaí nos últimos dois séculos. Cerca de 60 crianças, com idade entre 9 e 10 anos, foram recebidas pela superintendente da FUMAS, Solange Marques, e pelo diretor do Serviço Funerário Municipal, Silvio Ermani, que contaram um pouco da história do cemitério, implantado há 150 anos na Avenida Henrique Andrés, na Vila Municipal.
“O Desterro é o cemitério mais antigo de Jundiaí. Durante os últimos 150 anos, aproximadamente 100 mil pessoas foram sepultadas aqui”, explicou Solange, lembrando que a necrópole é um local que, apesar de não se dissociar da ideia de morte, é também um espaço de preservação da história do município. “Desde o início do povoamento da nossa cidade, por volta de 1615, os sepultamentos ocorriam no entorno do cruzeiro que existia no mesmo lugar onde hoje temos a igreja matriz. E, desde 1868, após a implantação de leis sanitaristas no Brasil que proibiam os enterros ao lado de igrejas, o cemitério do Desterro foi instalado no local onde está até hoje”, acrescentou Silvio Ermani.
Na oportunidade, a superintendente da FUMAS mostrou às crianças as placas com os QR Codes instalados nas sepulturas de pessoas que tiveram uma atuação relevante e deixaram suas marcas na história da cidade. ”Para conhecer um pouco mais sobre a personalidade que está sepultada naquele local, basta baixar um aplicativo no celular e fazer a leitura dos QR Codes. O direcionamento é automático para o site da Fumas, onde já temos 43 históricos incluídos no campo Sepulturas Que Contam Histórias”, salientou.
Amigos do Zippy
A aluna Ana Clara Vila Nova Miranda contou que esta foi sua primeira visita à necrópole. “Não tenho medo, estou curiosa para ver como é”, afirmou. Pedro Henrique de Araújo Queiroz, que ficou surpreso ao descobrir que tinha o mesmo sobrenome do Barão de Jundiaí (o patriarca Antonio de Queiroz Telles), contou que recebeu recomendações especiais da mãe antes de sair de casa. “Ela me falou que a gente não deve fazer brincadeiras no cemitério para não parecer falta de respeito aos mortos”, revelou.
A ideia da visita surgiu, segundo a vice-diretora Ana Carolina Prado, a partir da participação da escola no “Amigos do Zippy”, um programa oferecido aos alunos de 2º e 4º ano pela Unidade de Gestão de Educação e consiste em trabalhar as emoções das crianças, promovendo saúde mental e bem estar emocional. “Além da parte histórica, a visita ao cemitério fora do momento da dor (do luto) é uma proposta para os alunos vejam que não tem nada demais e que se trata de um lugar de muito respeito e saudade onde os entes queridos descansam”, explicou.
Além da EMEB Rotary Club, que na próxima semana retorna com mais uma turma de alunos, outra escola que também agendou visitas ao cemitério foi a EMEB Adelino Brandão, do Morada das Vinhas. Até o final de novembro, entre as duas escolas, cerca de 400 alunos terão visitado as ruas do Desterro e conhecido um pouco mais sobre o passado de Jundiaí.
Assessoria de Imprensa – FUMAS
Fotos: Divulgação